quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Problemas

Um dia pensei que tinha problemas. Hoje simplesmente não penso que tenho problemas, eu apenas os sinto dentro de mim, coagulando dentro de mim, como se fizessem parte do meu sangue – e não fazem?
Alguns problemas parecem mais poemas embaralhados em estigmas estraçalhados que vão penetrando e penetrando cada vez mais por dentro da minha epiderme, causando tumulto na massa encefálica que eu custo tanto a deixar organizada. Com isso, minha mente vai adquirindo aquele arroxeamento clássico daqueles problemas em vermelhidão que vão sugando partes de meus pensamentos e me tornando oco – por fora ou por dentro?
Sinto que às vezes vou me esvaindo em areia, tornando-me um com o vento e caminhando para lugares criando também outros problemas – não para mim, mas para o próprio vento, pois nós mesmos somos os nossos maiores problemas. Somos nossa própria doença venérea. Coisa fétida essa doença. Acha que devo me sentar e vê-la passar enquanto fico prostrado na cadeira observando como ela toma conta dos meus movimentos. E eu quase sempre a deixo fazer isso. Mas isso muda? Pode realmente mudar?
A mudança é o mais grave dos problemas, pois complica ainda mais os problemas que em si já causam mudanças. Mudança para alguns significa perigo. Mas para mim é apenas aquele veludo com alguns espinhos macios que me espetam querendo que eu me conforme.

Problemas... Mais problemas. Resolva-os ou... Ou... Ou...

Torne-se um.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Das Tripas Coração.

Já percebeu como as nuvens passam e seus olhos não conseguem acompanha-las?
- Olhos lerdos!
Vejo árvores sobrepostas e movendo – debatendo-se – e o céu ao fundo com aquelas nuvens que não consigo entender. (Desespero!).
As nuvens correndo – quase saltitando, as árvores se debatendo e os pássaros a cantar, e eu nunca consigo entender nada.
Talvez seja porque eu seja o vazio dos dias. Dos meus ou dos outros dias, pois dias são muitos, não apenas eu.
Concomitantemente [...] Não sei! Em meio a essas chuvas tempestivas e amores em carnificina, torno-me a própria chuva. A chuva que caí em pedras lisas, deslizando por entre as vidas em cifras passadas e valores ancestrais que ainda adoto.
Pedra cai... Pedra caiu... Desfaleci... Convalesci neste resguardo que alma teve antes, porém depois de incinerar o ventre, enumerando-o.
Gotas... Gotículas... Gotejo. Facas cegas que ceifam aquele momento que se chama prazer, intermitente ao fazer que também são aquelas facas – cegas em olhos de pessoas desesperadamente sãs.
Vida vai... Socos voam... Gritos ecoam... Meu medo oco... Vida seca...

Das tripas coração.

Passeios, Passados e Passarinhos.

Um dia, sonhei com formiguinhas falantes, árvores saltitantes e capim dançante.

Era um mundo maravilhoso, onde o existir é apenas mera coincidência. Era, pois as eras vão embora e levam consigo muitas eras que eu não verei mais. Talvez algum dia. Talvez, pois já era.

Sobrecarrego-me de livros teimosos e temerosos por exasperar tanto de mim que não consigo aprender, pois era fácil, e as eras já passaram.

O ontem já passou, mas passará novamente. O agora é o que se passa e amanhã se tornará ontem. O amanhã passará depois de hoje, e quando se passar se tornará o agora – este momento que passa, nunca passando.

Conflitos entre nuvens – enciumadas – que não aceitam as coincidências do agora é o que mais vejo. Escuto sempre os lampejos dos trovões reclamando das noites calmas e do sossego que os fazem não existir.

Ora, pois, então a vida é feita de coincidências, eras, passagens e túneis do tempo aberto, pois como o tempo, eu também passo.

Estou passando. E amanhã... Amanhã passei.

sábado, 22 de agosto de 2009

Mulher?

Em homenagem às nossas mulheres, razões diretas e indiretas do nosso existir. =)



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Mulher?


Aconchego. Fruto... Bendito Fruto. Colo. Descanso. Deleito.

Mulher?
Alma dividida em partes assimétricas e descontroladamente sutis que levam à loucura sem perguntar por quê!
Brilham mais que as estrelas, reverberando saudades e revelando conflitos confusos no âmago do ser materno.
Sereias cantarolantes que hipnotizam o mais profundo do inconsciente pelo afeto que se esqueceu que um dia foi dado.
Fadinhas a dançar entre asas que cintilam o olhar amoroso que só este sexo tem.
Mulher?
Sim. Mas também anjos esperançosos se alimentando de nuvenzinhas pardas com gosto de ardor incessante que tem o valor da luta.
Mulher?
Sim. Água doce. Corpo Salgado. Frescor encarcerado e olhar despedaçado. Futuro presente e passado próximo. Chocolate com pimenta. Libido instantânea. Aroma arrepiante e medo impactante.
Mulher?
Não! Razão de tudo! Motivo da conseqüência. Momento antecessor ao amor antecedido pelas carícias entre as mãos. Rostos risonhos e cabelos ao vento, voando pétalas de beleza pura. Ingenuidade intrísseca e inocência rasteira.
Este sexo oposto que é a nossa mais perfeita metade. Alma progenitora e amor gratuito. Colo desinteressado e seio farto.

Estas são as mulheres: a essência do mundo; a nossa essência, nosso salto, nosso mais puro amor adocicado com graça e folhas abertas.

Interior selado?
Não, sexo abençoado e gotas de romance aos quatro ventos.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sentido.

Sentido; que sentido tem?



Queria tocar o sentido que a falta de sentido do viver tem. Mas existir sem estes sentidos camuflados que colorem confusão nas lacunas do labirinto da mente, se torna cada vez mais sem sentido.

Os sentidos? Dizem que tenho cinco. Mas sinto seis, sete e ontem senti apenas um: a falta de sentido.

Não vejo; Não falo; Não ouço; Não sinto; Não toco e mesmo assim dizem que tenho sentidos.

Ver é apenas o ato involuntário das cores que te enganam e você acredita.

Falar é algo ambíguo porque também ouço aquelas vibrações soltas que saem de mim sem vontade e com obrigações de chegar a outrem.

Ouvir é o mais doce dom que se dá a quem fala, pois, feri a vontade a menos que se tampem os ouvidos.

Sentir é por acaso a falta de sentido que o toque causa quando tocamos a vida e então a denominamos abstrata, porque não conseguimos nem nos tocar – nós, essa falta de sentido cheia de confusão.

E tocar é o mais profundo sentido que criamos. Tocamos o que queremos. Tocamos até o que não queremos, pois, somos sumariamente consumidos e acometidos por aquele desejo de tocar que nem nos toca; esvaindo-nos.

- Toque?
- Não, elas, feridas semi abertas. Sem sentido... Sem sentidos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Contando


Eu = antítese morfológica em meio a semânticas justapostas em radicais livres; porta retrato com fotografias borradas e ideais cabalísticos. .
A mais pura preguiça de respirar, agachando-me para poupar os pulmões da vida forçada. A alegria dos pés que pulam amassando a uva, transformando-a em vinho dançarino e cantarolante.
Soma dividida pela multiplicação de coeficientes desconhecidos e equações desconfiadas da radiciação que enobrece a parábola da vida em meio a resultados.
Andanças de catetos com hipotenusas profanas que me enquadram em prisões de raízes que sem compactam, diminuindo-se.
E eu sempre me pergunto: Como farei para viver em quadrados perfeitos e incógnitas brandas?
Talvez eu seja o x da questão; o y do fato ou o n possibilidades de ser o rosto desenhado do plano cartesiano do mais profundo logaritmo mentiroso que beija os ímpares e que se deita aos pares.
Verbo inconjugado, malicioso e que joga em imperativos subjetivos por passado, presente e por perfeição.
O enigma enganado da mentira solene do objeto indireto de um sujeito óculo que só pede café quando alimento-o com predicados, ou quando se torna o verbo transitivo direto que sempre pede o ‘se’; leia-se ligeira dúvida.
Conjunção; adjunto junto a promessas; comércio e retas pronominais de exatidão e fios de delta insuficientes para controlarem a reta em ângulos mortos.

No fim, apenas multiplico-me, diminuindo-me por contas mal feitas.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Corrosão

Acordo. Olho. Desejo. Tremo. Quero. Almejo. Pego as notas. Luto contra mim. Venço-me; derrotando-me. Mordo o pano. Rôo a unha ansiosa.
Que frescor é este que vem galopando pela minha cabeça desferindo açoites e chibatadas gratuitas mesmo eu as querendo?
É como se fossem estalaquitites afiadas perfurando a minha cabeça e tentando dizer: “Você quer e não quer – quer enquanto ferirem as vontades avassaladoras que nem conheço quando adormeço, pois no sono, apenas um eu acorda, e ele não se toma de vícios e sim de risos.”
Ele então ri de mim enquanto sonho, me batendo com gargalhadas esmuiçantes, desafiando meus dedinhos ansiosos por fumaça que só funcionam quando me desperto.
Gostaria também de rir de outros dedinhos. Mas como rir deles, se o meu apodrece em vontades incontroláveis de aspirar ao dilúvio da minha vida esfumaçada pela fotossíntese tóxica que enegrece os pulmões?
Canso-me dia após dia destas estalaquitites sem assunto e que tocam sempre a campanhia do meu outro eu querendo que eu desperte para poderem perfurar-me mais suavemente.
Quero viciar-me em mim mesmo, que sou o mais puro gosto de ingenuidade. Mentira. Sou a mais pura acidez que me corrói. Quero parar de desejar tão afoito aquelas moléculas que me estufam depois de me satisfazerem. Quero apenas o vício pela vida, pois ela é a única que não me perfura o dedo, mas que sangra a lembrança do desejo, esquecendo-o.

Eu quero e Eu posso. Perfurar-me; corroendo-me.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sexualidade e Anjos sem Asas.

Sexualidade é uma definição que nos damos que me intriga até naqueles momentos mais íntimos que temos quando fechamos a porta e nos deleitamos sentados e pensativos, permitindo-nos entrar em transe quando nossas impurezas nos dão ‘tchau’. Talvez me intrigue tanto porque nem exista. Deve ser apenas um símbolo; um ponto de referência para aqueles desacreditados que se prendem e se vendam com seus próprios desejos.
Hétero, Bi, Tri, Quadri, Homo e etc, são estereótipos ridículos para se dar a macacos criados por uma sociedade que nem aprendeu ainda a controlar sua própria libido por qualquer espécie de corpo.
Já nascemos com definições próprias sobre o que poderemos um dia gostar. Bobagem, bobo! Não nascemos com tal regalia, apenas viemos ao mundo com a genitália e com a mente despreparadas para tal escolha imposta quase que já na gestação.
Nunca seremos exatamente o que queremos ser, pois um dia, os olhos quentes falarão mais alto e nos encontraremos entre o desejo a imposição moral de nos controlarmos.
O mundo é movido por instintos incontroláveis, mais parecidos com vontades inconscientes de diferenciar um pouco as opções.
E onde fica o sentimento nisso tudo?
Pois é. Eu também gostaria de saber. Ele deve ficar em casa, trancado no criado mudo quando saímos de casa e deixamos lá o resto de nossas opções.
Nem sempre somos comandados pelo coração, pois ele não abre a boca para falar (é tímido demais). Então achamos que ouvimos o coração falar e nos guiamos por algo que nem aprendeu a se expressar – a voz do coração. Assim sendo, qual voz nos fala? A do coração – que ainda não aprendeu a gesticular -, ou a voz da vontade desembestada e secular de possuirmos corpos e mais corpos em um frenesi que nem nos permite querer ver rosto de quem se possuí?
Acho melhor pararmos de tentar nos definir e pararmos também de conjugar o verbo ser, pois sabemos que apenas conjugamos o querer com aquela gota de mentira quente.
Se você consegue escutar a voz do coração, alegre-se por tê-lo ensinado a gritar. Mas se você não consegue, continue conjugando a vida até ficar surdo o bastante para não conseguir mais escutar nem seus desejos; leia-se volúpia assexuada.

- E então abri a gaveta. E nela nada tinha apenas o vestígio da chave da carne!





Jonatan Mendes Ribeiro.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Garfinho Egoísta

Estava passeando de mãos dadas um dia desses comigo mesmo e me deparei com uma volúpia incontrolada pelo garfo enferrujado que me cortou e me fez adoecer em afãs safados e fornicados; leia-se comer-se a si mesmo.

Então, fui massageando a glande da minha vida e senti aquele orgasmo fictício que me incorpora em desejos assexuados por não ter um sexo definido com meu casal – este outro ‘eu’ teatral que jorra girininhos envoltos de óvulos, dos quais não gosto.

Nasci de novo em meia àquela orgia tapada que me tranca em quartos escuros e que me faz comer aquele buraquinho de tatu – este buraco que me suga em formiguinhas formigadas -, fazendo-me desferir aquele ‘ai’ suculento quando se lambe a existência, mas com preservativos furados.

Vou agora caminhando comigo mesmo. Cheguei ao quarto. Despi-me. Tirei as calças, os cílios vermelhos, que mais parecem sangue naquele invólucro desacreditado na cuequinha branca. Sentei-me então em cima daquilo que mais desejava. Rodopiando o casulo verde, porém maduro, dos cabelos envelhecidos com verniz e absinto – diga-se de passagem, aquele olinho lubrificante.

Estou nu na cama – eu ou meu outro eu? -, e eu me pergunto a mim – a mim ou a meu ‘eu’? - : Começaremos então o ato ou agora o fato?

E eu respondi para mim mesmo: - Não, pois o tempero está na lama, e quero me sujar neste ato, para embelezar-me a pele e fazê-la falsa para que eu me satisfaça em comê-lo de lado; uivando letrinhas que se juntam e que formam essa sopa que só tem no intestino, depois que o enigma da lavagem se escondeu da minha chuva de leite doce que eu mesmo não tenho coragem para tocar.

Por fim, entraremos juntos neste ápice voluptuoso e volumo que me indaga ao seguinte: Serei eu apenas um escravo ou uma Chica escrava de um ‘eu’ que só quer meu corpo?

[...]
E eu ainda me esqueci do passarinho.

domingo, 21 de junho de 2009

Realítico

O mundo pra mim se tornou uma coisa tão estranha, que fica difícil assimilar e conjugar a existência com os pensamentos. Será que o mundo existe mesmo ou tudo não passa sentidos frustrados?
Como disse um filósofo: “Vivemos na realidade e sonhamos ou nossos sonhos são a realidade, e o que denominávamos realidade são nossos sonhos?
Pessoas... Pessoas... Pessoas...- Coisa esquisita!Pessoas? Peso? Medida? Confusão certa da realidade? Vejo pessoas e suas atitudes e só me resta dormir. Coisa sonolenta essa vida cheia de pesinhos mortos em medidas extremas. Sentimentos sofridos e sentidos apurados que me confundem quando quero seguir o meu caminho.Não quero nem o bem, nem o mal. Quero talvez o que está entre estes conceitos arcaicos que cansam meus tornozelos, confundindo-os.Talvez esteja simplesmente ao lado; ao lado da vida. Talvez este seja o caminho.Apenas sei que não quero este caminho. Há muitas flores no percurso. E eu só quero espinhos, que me fazem sangrar e sentir esta delícia de ser mortal.- Este é o mal! Acho que fui então soterrado e esqueci-me de parar de respirar - Este é o bem: Parar por um momento, indagando-se "Sou um peso ou apenas alguns centímetros de pura irrealidade?".


quinta-feira, 11 de junho de 2009

Vela Acesa e Pimenta Seca

Vejo borboletas passando por mim muitas vezes ao dia e confesso que isso é algo que me intriga, pois são tão serenas em sua simplicidade que me enoja ser tão intríseco e complicado.

Suas cores são tão vivas, parecendo nem serem necessárias por se viver o pouco que se vive.

Porque não existir apenas com o cinza, que é a mescla certa e confusa de trevas e resplendor... Para que colorido, se só nos faz sofrer essa multidão de pétalas que só confundem.

Colorir-se é desnecessário. É melhor já nascer pintado. Há um caos pior do que já nascer com cores voluptuosas?

Suas asinhas com cores marcantes me arremetem a pensar.

As borboletas às vezes passam por mim dando piscadelas, assovios, querendo que eu voe com elas.

Porque?Voar mais ainda? Há rasante melhor do que o pensar, que nos leva à um lugar de infinitos pensares indiscretos?

Flutuar já me causou fádiga. Para que pensar tanto? Um dia se caí e então não se quer mais pensar.

É bem melhor pensar não voando, do que voar e não apertar o crânio com os dedinhos primeiro, indagando-se.

Tiras os pés do chão é desnecessário, mas apenas estivermos descalços de uma vida. Com os pés no chão é mais fácil desvincular-se de asas que nunca lhe abrigaram o bastante; para não falar em esquecimento.

Em suma e diga-se de passagem, acho que vou vender pensamentos e viver das asinhas esquecidas com os ventos que tocam o chão e o apedrejam..

Bem melhor assim, do que viver de assovios.

Mas sempre vamos precisar de um tapa nas costas!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Rosacrucis

Estas rosas abertasRosas vermelhasRosas brancasRosas azuisRosas negrasEstas rosas gélidasRosas gélidas em um copo e então o copo se transforma em tempestadesEstas tempestades aflitas que atingem a rosa, fazendo-a se tornar gélida, pois gélida já é sua almaAlma que é negra e também cheia de rosas negrasPorque o negro é o contraste da alma, um contraste com o sofrer, com a dor de ser almaE a rosa é o contraste da vida da rosa gélida, ou do gélido saber de viver em uma rosa abertaE a rosa aberta é o contraste de se viver em liberdade, pois liberdades são rosas... Rosas reprimidas, rosas do querer, rosas do sofrer, rosas do atentar, rosas do persistirE a liberdade é o contraste com a nossa personalidade enclausurada em nossa própria rosa-aberta-interiorE a rosa está dentro de cada um de nósRosa somos nós, porque somos inquietantes e porque nascemos sempre da luz... A luz que todos temos dentro desta rosa que temos nas mãos, a rosa gélida que é o nosso coração. Rosacrucis
RosacrucisEstas rosas abertasRosas vermelhasRosas brancasRosas azuisRosas negrasEstas rosas gélidasRosas gélidas em um copo e então o copo se transforma em tempestadesEstas tempestades aflitas que atingem a rosa, fazendo-a se tornar gélida, pois gélida já é sua almaAlma que é negra e também cheia de rosas negrasPorque o negro é o contraste da alma, um contraste com o sofrer, com a dor de ser almaE a rosa é o contraste da vida da rosa gélida, ou do gélido saber de viver em uma rosa abertaE a rosa aberta é o contraste de se viver em liberdade, pois liberdades são rosas... Rosas reprimidas, rosas do querer, rosas do sofrer, rosas do atentar, rosas do persistirE a liberdade é o contraste com a nossa personalidade enclausurada em nossa própria rosa-aberta-interiorE a rosa está dentro de cada um de nósRosa somos nós, porque somos inquietantes e porque nascemos sempre da luz... A luz que todos temos dentro desta rosa que temos nas mãos, a rosa gélida que é o nosso coração.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Desabafo

Aiai!
Como nem sempre nossos dias são perfeitos, hoje não estou em um dia perfeito.

Estresse no trampo. Solidão batendo. Carência. Pessoas sempre desmerecendo sentimentos que um dia eu julguei importantes. Decepções que me voltam à cabeça.

Solidão esquisita...ela não incomoda. Isso que me incomoda!


http://www.youtube.com/watch?v=qZ0FhVZce2o

domingo, 31 de maio de 2009

Vida vai; passarinho.



Algumas vidas se juntam... Algumas vidas se separam... Algumas vidas se perdem... Algumas vidas se ‘nada fazem’.

A vida para mim às vezes é apenas mais um mergulho naquelas lembranças tardias que você teve ao morrer em piscadelas.

A vida para mim às vezes é apenas um vômito meu cheio de coisas boas e de que nada valem sem as pessoas certas que sejam maldosas o suficiente para absorverem as coisas boas que nunca enxergam.

A vida para mim às vezes é um conto... Apenas um conto cheio de segredos escondidos na distração do falatório alheio, ou apenas contos vazios, mas cheios de incorporações de falsos testemunhos de que muito valem para quem é sempre uma farsa de si mesmo, ou talvez uma cópia de si mesmo que já foi embora com a noite ou com as baladas de absinto.

A vida para mim às vezes é apenas um campo de batalha cheio de traidores que traem acima de tudo seus corações cheios de vontade de enganar suas próprias vidas cheias daquele vazio mole que endurece o pleno direito de se viver sem ter que enganar a tudo, ou que endurece apenas o direito de nem se lembrar a quem se engana ou o porquê de se enganar.

A vida para mim às vezes é aquele cilindro conve-côncavo por si só que captura a imagem e a desmantela, originando assim, sua imagem pura, nua, sucinta e um tanto quanto desagradável, porque somos desagradáveis em nossa pureza.

A vida para mim às vezes parece ser simplesmente aquele gozo que os outros experimentam por uma noite querendo dizer absoluta e completamente mais um entre muitas noites de pleno prazer pelo ter prazer sem sentir o prazer em si, que é a chama de muitas noites.

A vida para mim às vezes se torna aquela mentira manchada pela vergonha de não se ter uma vida manchada pela mentira de se mentir para quem mente ter uma vida falsamente inventada pelo ‘eu vida’ e não simplesmente vivida pelo ‘eu que sou’, que é um si uma invenção da mentira molhada pelo cômodo.

A vida para mim às vezes é isso: desperdícios dolorosos misturado à pessoas doloridas pela vida marcante desperdiçada demais para se marcar à alguém.

A vida para mim... Sei lá... É bom parar um pouco de pensar e mentir às vezes.



(Jonatan.)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Amor

Ops! Boa Noite!...
Então, hoje a tarde me lembrei que um dia um grande irmão meu havia pedido que eu fizesse um texto sobre o 'amor'..hehe..hoje, no completo ócio vespertino, me veio à cabeça algumas letrinhas..e no fim, saiu um texto.

Ta aí ->

Amor, Semente ou Castigo?

Há no mundo algo que sempre intrigou muitas e muitas gerações.
Alguns dizem que é um sentimento. Outros dizem ser uma sensação. E outros dizem ser um estado.
Poderia ser um incômodo?

Pessoas vivem suas vidas atreladas às sombras das outras pessoas, dizendo amá-las. Pleno engano ou Cegueira Branca que se torna Vermelha?

Pessoas somam-se à outras achando estar em crescimento, porém diminuem-se ao ver a dificuldade de ser pessoa e não agradar.

Amor é algo que eu sempre quis ver. Coisa estranha, concisa, amargurada, florida, colorida, cheirosa, mas, muito depressiva nos pés.

Sempre quis saber o seu cheiro. Mas, nunca consegui inspirar a vida, e senti-la pelos dedos, pois, estavam – os dedos – ocupados com algo que dizem ser o desejo e que se diz ser filho do amor. Amor seria interligação de almas ou simbiose de corpos sozinhos e quentes?

Parece bem mais uma coceira entre as orelhas que discutem sempre sobre qual delas deixará de amar mais rápido, pois, cansaram de escutar ‘te amo’ seguido de alguns ‘não dá mais’.

Ridículo.
Amor é algo tão infinito em sua intempérie que não há como proferi-lo com a língua, apenas com aqueles olhos com fogo e poder na ponta dos cabelos; leia-se consciência.

Amor são sementinhas de alecrim cheirosas que brotam apenas nos indesejáveis. Minto. Brotou até no mal, como castigo por se esconder do amor, ao querê-lo não querendo – é muito doce para um sangue tão seco.

Porque tenho que definir amor se ele já está em mim?
Tenho culpa se ele é calado e não gosta de pessoas?
As pessoas cansam o amor com seus apertos ao fim das noites que nunca duram até o nascer do outro dia. Quando irá durar até o crepúsculo?
Só quando as vozes me encontrarem, porque com elas, o coração se comunica com a alegria.

Cansei de fingir que vejo o pontinho de luz acima do ombro esquerdo quando na verdade, nem vejo o brilho dos olhos – às vezes morremos sem nem perceber.

Amor já foi mito. Então virou lenda e hoje, o que é?

Contos. Estória Dançante. Samba e Balance de carnes ao tempo.

Não obstante, ficarei com o desejo, pois, eles são os cavalos selvagens.
Ou melhor, quero os potrinhos – eles sim amam.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Abertura

haha...hi people!...Blog saindo do forno, e então começo com um texto meu, que me fez escolher o nome do blog.hehe... comentários são bem vindos e opiniões também.
Beijos


->Fumacinha e Dedos Suculentos

Sentimentos às vezes surgem de mim como lembranças passadas querendo ludibriar meu futuro que passou pelos meus olhos sem ao menos se despedir. Parece que essas lembranças querem se atracar novamente nessa nossa vida que mais parece uma vasta planície vazia cheia de gente vazia que se enche de um caos assustador... Mas eu não quero... é remoto demais para mim ter essas lembranças. Tão remoto que pareço padecer pelas unhas sujas pelo afã de nem ter as unhas sujas que a vida manchou com algumas gotinhas de um suado, suave e doce veneno quente vindo das partes baixas de coisas partidas pela remoção de lembranças presentes.De repente, alguém ao longe me diz:- Viva! Para que lembrar? Para que lembranças?Só tenho a responder: - Não sei! Pois lembranças me confundem. Será que vivo quando lembro? Será que lembro quando vivo? Será que me lembrarei quando vivi? Será que me lembrarei de quando viver?Muitas coisas me vêm à cabeça. Devo sintetizá-las? Aniquilá-las? Sugá-las? Ou implorar para que fiquem mais um pouco? Afinal, sempre há tempo para aquele café que nunca termina: o café que a gente esquece, quando lembra que nunca viveu antes daquele sopro esfumaçado que alguns dão querendo morrer pelos dois dedos principais e principiantes, e que ceifam essa hora tardia, que poderia ser a hora-média que se quer alcançar para poder lembrar que sofremos pelo querer, e não porque sofremos porque queremos, pois, senão seríamos suicidas trouxas comparados àqueles que se matam pelo sofrimento da lembrança.Estou confuso... As horas me batem à cabeça... badalando como relógios da vida dos outros. Como me irrita esquecer ele. Quem? Quem? Quem? Não sei, mas me irrita. Quem no fim das contas sabe o motivo de se irritar? Irritação é apenas aquela coceira que você não sabe de onde vem. Mas eu sei: é segredo. Mas um dia você vai descobrir, basta viver, mas pra isso, conseguirá parar de lembrar?Esqueça tudo! Esqueça você! Para que se lembrar de você? Seu interior já lembra muito por você... O bastante para você se esquecer de você sempre que possível.- Já é hora do café?- Não, agora é hora de colher morangos... que seriam picadinhos vivos vividos de alguém que seria vivo se não fosse a hora do café.Mas agora é hora de uma coisa: De viver! Não, minto! É hora do café! Afinal eu não vivo, só lembro.Enquanto eu tomo o café, atenda a porta, me disseram que as lembranças estão aí..e trouxeram os morangos.