segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sexualidade e Anjos sem Asas.

Sexualidade é uma definição que nos damos que me intriga até naqueles momentos mais íntimos que temos quando fechamos a porta e nos deleitamos sentados e pensativos, permitindo-nos entrar em transe quando nossas impurezas nos dão ‘tchau’. Talvez me intrigue tanto porque nem exista. Deve ser apenas um símbolo; um ponto de referência para aqueles desacreditados que se prendem e se vendam com seus próprios desejos.
Hétero, Bi, Tri, Quadri, Homo e etc, são estereótipos ridículos para se dar a macacos criados por uma sociedade que nem aprendeu ainda a controlar sua própria libido por qualquer espécie de corpo.
Já nascemos com definições próprias sobre o que poderemos um dia gostar. Bobagem, bobo! Não nascemos com tal regalia, apenas viemos ao mundo com a genitália e com a mente despreparadas para tal escolha imposta quase que já na gestação.
Nunca seremos exatamente o que queremos ser, pois um dia, os olhos quentes falarão mais alto e nos encontraremos entre o desejo a imposição moral de nos controlarmos.
O mundo é movido por instintos incontroláveis, mais parecidos com vontades inconscientes de diferenciar um pouco as opções.
E onde fica o sentimento nisso tudo?
Pois é. Eu também gostaria de saber. Ele deve ficar em casa, trancado no criado mudo quando saímos de casa e deixamos lá o resto de nossas opções.
Nem sempre somos comandados pelo coração, pois ele não abre a boca para falar (é tímido demais). Então achamos que ouvimos o coração falar e nos guiamos por algo que nem aprendeu a se expressar – a voz do coração. Assim sendo, qual voz nos fala? A do coração – que ainda não aprendeu a gesticular -, ou a voz da vontade desembestada e secular de possuirmos corpos e mais corpos em um frenesi que nem nos permite querer ver rosto de quem se possuí?
Acho melhor pararmos de tentar nos definir e pararmos também de conjugar o verbo ser, pois sabemos que apenas conjugamos o querer com aquela gota de mentira quente.
Se você consegue escutar a voz do coração, alegre-se por tê-lo ensinado a gritar. Mas se você não consegue, continue conjugando a vida até ficar surdo o bastante para não conseguir mais escutar nem seus desejos; leia-se volúpia assexuada.

- E então abri a gaveta. E nela nada tinha apenas o vestígio da chave da carne!





Jonatan Mendes Ribeiro.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Garfinho Egoísta

Estava passeando de mãos dadas um dia desses comigo mesmo e me deparei com uma volúpia incontrolada pelo garfo enferrujado que me cortou e me fez adoecer em afãs safados e fornicados; leia-se comer-se a si mesmo.

Então, fui massageando a glande da minha vida e senti aquele orgasmo fictício que me incorpora em desejos assexuados por não ter um sexo definido com meu casal – este outro ‘eu’ teatral que jorra girininhos envoltos de óvulos, dos quais não gosto.

Nasci de novo em meia àquela orgia tapada que me tranca em quartos escuros e que me faz comer aquele buraquinho de tatu – este buraco que me suga em formiguinhas formigadas -, fazendo-me desferir aquele ‘ai’ suculento quando se lambe a existência, mas com preservativos furados.

Vou agora caminhando comigo mesmo. Cheguei ao quarto. Despi-me. Tirei as calças, os cílios vermelhos, que mais parecem sangue naquele invólucro desacreditado na cuequinha branca. Sentei-me então em cima daquilo que mais desejava. Rodopiando o casulo verde, porém maduro, dos cabelos envelhecidos com verniz e absinto – diga-se de passagem, aquele olinho lubrificante.

Estou nu na cama – eu ou meu outro eu? -, e eu me pergunto a mim – a mim ou a meu ‘eu’? - : Começaremos então o ato ou agora o fato?

E eu respondi para mim mesmo: - Não, pois o tempero está na lama, e quero me sujar neste ato, para embelezar-me a pele e fazê-la falsa para que eu me satisfaça em comê-lo de lado; uivando letrinhas que se juntam e que formam essa sopa que só tem no intestino, depois que o enigma da lavagem se escondeu da minha chuva de leite doce que eu mesmo não tenho coragem para tocar.

Por fim, entraremos juntos neste ápice voluptuoso e volumo que me indaga ao seguinte: Serei eu apenas um escravo ou uma Chica escrava de um ‘eu’ que só quer meu corpo?

[...]
E eu ainda me esqueci do passarinho.

domingo, 21 de junho de 2009

Realítico

O mundo pra mim se tornou uma coisa tão estranha, que fica difícil assimilar e conjugar a existência com os pensamentos. Será que o mundo existe mesmo ou tudo não passa sentidos frustrados?
Como disse um filósofo: “Vivemos na realidade e sonhamos ou nossos sonhos são a realidade, e o que denominávamos realidade são nossos sonhos?
Pessoas... Pessoas... Pessoas...- Coisa esquisita!Pessoas? Peso? Medida? Confusão certa da realidade? Vejo pessoas e suas atitudes e só me resta dormir. Coisa sonolenta essa vida cheia de pesinhos mortos em medidas extremas. Sentimentos sofridos e sentidos apurados que me confundem quando quero seguir o meu caminho.Não quero nem o bem, nem o mal. Quero talvez o que está entre estes conceitos arcaicos que cansam meus tornozelos, confundindo-os.Talvez esteja simplesmente ao lado; ao lado da vida. Talvez este seja o caminho.Apenas sei que não quero este caminho. Há muitas flores no percurso. E eu só quero espinhos, que me fazem sangrar e sentir esta delícia de ser mortal.- Este é o mal! Acho que fui então soterrado e esqueci-me de parar de respirar - Este é o bem: Parar por um momento, indagando-se "Sou um peso ou apenas alguns centímetros de pura irrealidade?".


quinta-feira, 11 de junho de 2009

Vela Acesa e Pimenta Seca

Vejo borboletas passando por mim muitas vezes ao dia e confesso que isso é algo que me intriga, pois são tão serenas em sua simplicidade que me enoja ser tão intríseco e complicado.

Suas cores são tão vivas, parecendo nem serem necessárias por se viver o pouco que se vive.

Porque não existir apenas com o cinza, que é a mescla certa e confusa de trevas e resplendor... Para que colorido, se só nos faz sofrer essa multidão de pétalas que só confundem.

Colorir-se é desnecessário. É melhor já nascer pintado. Há um caos pior do que já nascer com cores voluptuosas?

Suas asinhas com cores marcantes me arremetem a pensar.

As borboletas às vezes passam por mim dando piscadelas, assovios, querendo que eu voe com elas.

Porque?Voar mais ainda? Há rasante melhor do que o pensar, que nos leva à um lugar de infinitos pensares indiscretos?

Flutuar já me causou fádiga. Para que pensar tanto? Um dia se caí e então não se quer mais pensar.

É bem melhor pensar não voando, do que voar e não apertar o crânio com os dedinhos primeiro, indagando-se.

Tiras os pés do chão é desnecessário, mas apenas estivermos descalços de uma vida. Com os pés no chão é mais fácil desvincular-se de asas que nunca lhe abrigaram o bastante; para não falar em esquecimento.

Em suma e diga-se de passagem, acho que vou vender pensamentos e viver das asinhas esquecidas com os ventos que tocam o chão e o apedrejam..

Bem melhor assim, do que viver de assovios.

Mas sempre vamos precisar de um tapa nas costas!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Rosacrucis

Estas rosas abertasRosas vermelhasRosas brancasRosas azuisRosas negrasEstas rosas gélidasRosas gélidas em um copo e então o copo se transforma em tempestadesEstas tempestades aflitas que atingem a rosa, fazendo-a se tornar gélida, pois gélida já é sua almaAlma que é negra e também cheia de rosas negrasPorque o negro é o contraste da alma, um contraste com o sofrer, com a dor de ser almaE a rosa é o contraste da vida da rosa gélida, ou do gélido saber de viver em uma rosa abertaE a rosa aberta é o contraste de se viver em liberdade, pois liberdades são rosas... Rosas reprimidas, rosas do querer, rosas do sofrer, rosas do atentar, rosas do persistirE a liberdade é o contraste com a nossa personalidade enclausurada em nossa própria rosa-aberta-interiorE a rosa está dentro de cada um de nósRosa somos nós, porque somos inquietantes e porque nascemos sempre da luz... A luz que todos temos dentro desta rosa que temos nas mãos, a rosa gélida que é o nosso coração. Rosacrucis
RosacrucisEstas rosas abertasRosas vermelhasRosas brancasRosas azuisRosas negrasEstas rosas gélidasRosas gélidas em um copo e então o copo se transforma em tempestadesEstas tempestades aflitas que atingem a rosa, fazendo-a se tornar gélida, pois gélida já é sua almaAlma que é negra e também cheia de rosas negrasPorque o negro é o contraste da alma, um contraste com o sofrer, com a dor de ser almaE a rosa é o contraste da vida da rosa gélida, ou do gélido saber de viver em uma rosa abertaE a rosa aberta é o contraste de se viver em liberdade, pois liberdades são rosas... Rosas reprimidas, rosas do querer, rosas do sofrer, rosas do atentar, rosas do persistirE a liberdade é o contraste com a nossa personalidade enclausurada em nossa própria rosa-aberta-interiorE a rosa está dentro de cada um de nósRosa somos nós, porque somos inquietantes e porque nascemos sempre da luz... A luz que todos temos dentro desta rosa que temos nas mãos, a rosa gélida que é o nosso coração.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Desabafo

Aiai!
Como nem sempre nossos dias são perfeitos, hoje não estou em um dia perfeito.

Estresse no trampo. Solidão batendo. Carência. Pessoas sempre desmerecendo sentimentos que um dia eu julguei importantes. Decepções que me voltam à cabeça.

Solidão esquisita...ela não incomoda. Isso que me incomoda!


http://www.youtube.com/watch?v=qZ0FhVZce2o