quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Das Tripas Coração.

Já percebeu como as nuvens passam e seus olhos não conseguem acompanha-las?
- Olhos lerdos!
Vejo árvores sobrepostas e movendo – debatendo-se – e o céu ao fundo com aquelas nuvens que não consigo entender. (Desespero!).
As nuvens correndo – quase saltitando, as árvores se debatendo e os pássaros a cantar, e eu nunca consigo entender nada.
Talvez seja porque eu seja o vazio dos dias. Dos meus ou dos outros dias, pois dias são muitos, não apenas eu.
Concomitantemente [...] Não sei! Em meio a essas chuvas tempestivas e amores em carnificina, torno-me a própria chuva. A chuva que caí em pedras lisas, deslizando por entre as vidas em cifras passadas e valores ancestrais que ainda adoto.
Pedra cai... Pedra caiu... Desfaleci... Convalesci neste resguardo que alma teve antes, porém depois de incinerar o ventre, enumerando-o.
Gotas... Gotículas... Gotejo. Facas cegas que ceifam aquele momento que se chama prazer, intermitente ao fazer que também são aquelas facas – cegas em olhos de pessoas desesperadamente sãs.
Vida vai... Socos voam... Gritos ecoam... Meu medo oco... Vida seca...

Das tripas coração.

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