quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sentido.

Sentido; que sentido tem?



Queria tocar o sentido que a falta de sentido do viver tem. Mas existir sem estes sentidos camuflados que colorem confusão nas lacunas do labirinto da mente, se torna cada vez mais sem sentido.

Os sentidos? Dizem que tenho cinco. Mas sinto seis, sete e ontem senti apenas um: a falta de sentido.

Não vejo; Não falo; Não ouço; Não sinto; Não toco e mesmo assim dizem que tenho sentidos.

Ver é apenas o ato involuntário das cores que te enganam e você acredita.

Falar é algo ambíguo porque também ouço aquelas vibrações soltas que saem de mim sem vontade e com obrigações de chegar a outrem.

Ouvir é o mais doce dom que se dá a quem fala, pois, feri a vontade a menos que se tampem os ouvidos.

Sentir é por acaso a falta de sentido que o toque causa quando tocamos a vida e então a denominamos abstrata, porque não conseguimos nem nos tocar – nós, essa falta de sentido cheia de confusão.

E tocar é o mais profundo sentido que criamos. Tocamos o que queremos. Tocamos até o que não queremos, pois, somos sumariamente consumidos e acometidos por aquele desejo de tocar que nem nos toca; esvaindo-nos.

- Toque?
- Não, elas, feridas semi abertas. Sem sentido... Sem sentidos.

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