- Andei,
procurando.
- Pelo
que? – indagou o sexo.
- Pelo
vento esmiuçante remanescente da realidade.
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Girafa em Chamas - Salvador Dalí |
Por
demais, andei, pois, procurando. O postulado nunca foi suficientemente forte
para mitigar a dor funda do raso do cerne ardente da atmosfera póstuma do ser
que pensa de imediato. Pensou? Então ardeu! Passe gelo, anchovas e macadâmias.
Será útil? Se será, sei lá se foi pois, não pensei.
Pernas
cansadas... Falanges em atrito com aquela disfunção serena do martelo que
pulsa, pulsa, pulsa, pulsa... Cansei!
-
Casou-se de que? - perguntou-me A Coisa, sem que eu fosse algo ou
quaisquer resquícios de alguma coisa.
- Da
normalidade cubista do surrealismo das ações destes bestiais aboriginalizados e
normais. – murmurei com rouquidão para defender-me do pulso (lembra?).
Oriundidade,
pois, que sei lá de onde veio. Tudo veio de tudo? Como pode isso?
Meu
querido Kardec, creio, deve ter brincado comigo pois, que espírito é esse? Tão
palpável e incomensurável, que chega a coçar-me o afã do ventre que não possuo.
Mais parece advir de diretrizes cômicas, politeatrais.
São
tantos corolários, que me perco em tanta verossimidade.
Verossimidade?
– gargalhei!
Cada um é
cada um; cada um é “nada”; cada qual é qualquer cada; nenhum é cada coisa
e que coisa é cada um, não?
- Ôh
Coisa! A normalidade cansa; estranha; entorpece; dilubria; ensaia; adormece e
conflui. – gritei!
- Por que
toda essa rebeldia? Onde andará sua sexualidade; sua sexocausualidade; sua
sexonormalidade e sua sexodepricialidade? Sua contumácia o abstém demais. Acha
que tantos radicais e prefixos existem mesmo? Hetero-, homo-, poli-, ,
(risada irônica). Uma ova! Acredito sim em fobia, necro, morfo, algia e, claro,
no auto.
Apenas
sorria! Estamos todos sendo roubados.
-
Andei... Para o céu olhei. De repente, passou... A vida? A Coisa?
Não, o
desespero daquele que, sublevando-se, achou a porta. Só a porta? Como abri-la?
(medo)
Gargalhou
por horas o espírito.
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